Após ações caírem 97%, fabricante de carros elétricos se prepara para uma possível recuperação judicial

Após ações caírem 97%, fabricante de carros elétricos se prepara para uma possível recuperação judicial
Após ações caírem 97%, fabricante de carros elétricos se prepara para uma possível recuperação judicial

Após anos de expectativas elevadas impulsionadas pelo sucesso da Tesla, as empresas de carros elétricos agora se veem lutando pela sobrevivência.

O mais recente nome a enfrentar desafios é a Fisker. Em meio a um mercado com demanda estagnada, a montadora, fundada em 2016, está enfrentando dificuldades para expandir suas vendas. Segundo informações apuradas pelo jornal The Wall Street Journal, a empresa contratou a FTI Consulting e o escritório de advocacia Davis Polk para se preparar para uma possível recuperação judicial.

Os problemas enfrentados pela Fisker não são novos. No mês passado, a empresa emitiu um comunicado indicando “dúvidas substanciais” sobre sua capacidade de continuar operando e anunciou negociações com investidores para obter uma injeção de capital.

Dados preliminares revelam que a Fisker registrou um prejuízo de US$ 762 milhões em 2023, um aumento de 39,2% em relação ao ano anterior. A dívida da montadora ultrapassou US$ 1 bilhão no mesmo período.

A possibilidade de recorrer à recuperação judicial impactou negativamente as ações da Fisker no pós-mercado da Bolsa de Nova York (NYSE). Por volta das 18h30, os papéis da montadora registravam uma queda de 47,1%, atingindo US$ 0,17.

No acumulado do ano, as ações da empresa apresentam uma desvalorização de 81,1%, reduzindo o valor de mercado para US$ 190 milhões. Desde sua abertura de capital em 2020, por meio de uma Special Purpose Acquisition Company (SPAC), a Fisker sofreu uma desvalorização de mais de 97%.

O declínio da Fisker reflete o cenário desafiador enfrentado pelo mercado de carros elétricos, com a estagnação da demanda e a intensa competição pressionando muitas empresas a reduzirem os preços de seus veículos. Além disso, muitas dessas empresas têm enfrentado dificuldades para viabilizar a produção em massa de seus automóveis.

De acordo com levantamento realizado pelo WSJ em dezembro de 2023, pelo menos 18 startups do setor que abriram capital entre 2020 e 2022, muitas por meio de Spacs, correm o risco de ficar sem capital até o final deste ano. Das 43 empresas que realizaram IPO no período, cinco faliram ou foram adquiridas.

Se a Fisker de fato entrar com um pedido de recuperação judicial, será o segundo colapso de uma montadora fundada pelo ex-designer Henrik Fisker, responsável por modelos icônicos da BMW e da Aston Martin. Sua primeira empresa, a Fisker Automotive (mesmo nome da atual), entrou com pedido de proteção judicial em 2013.

Back to top